O panorama bancário em África encontra-se numa encruzilhada, com quase metade das instituições financeiras do continente a dent fintechs e empresas de telecomunicações como ameaças significativas, de acordo com o mais recente relatório anual do African Banker.
Com a rápida transformação digital em todas as indústrias, o sector bancário no continente está a ser obrigado a adaptar-se ou corre o risco de ser marginalizado.
Perturbação no panorama bancário africano
O inquérito incluiu 153 bancos africanos, com aproximadamente 40% a assinalar uma grande preocupação com a ascensão das fintechs e das empresas de telecomunicações no ecossistema financeiro. Enquanto isso, um número significativo de 69% via a inteligência artificial (IA) como a tecnologia mais crítica para moldar o futuro do setor bancário.
No entanto, apesar de reconhecerem a revolução iminente, apenas pouco mais de um quarto dos bancos relataram gastar mais de 3 milhões de dólares anualmente em transformação digital e inovação.
O relatório do ano anterior revelou que 74% dos bancos consideravam a cibersegurança uma das tendências cruciais para o futuro. No entanto, parece que o potencial disruptivo das fintechs e das empresas de telecomunicações está agora a tornar-se o ponto focal das suas preocupações.
Uma declaração da African Banker Magazine destaca o papel inovador que as fintechs, os bancos digitais, o dinheiro móvel e as agências bancárias estão a desempenhar no sector bancário do continente.
A revista sublinha a proeminência das fintechs na indústria, apoiada pela sua participação no capital total levantado pelas startups tecnológicas africanas em 2022.
O aumento das Fintech em África
Um relatório de fevereiro publicado pela Bitcoin .com News revelou que as fintechs africanas acumularam 1,45 mil milhões de dólares em 2022, um aumento de aproximadamente 40% em comparação com os 1,04 mil milhões de dólares angariados em 2021.
As Fintechs também representavam pouco menos de metade do total de 5.200 empresas, de acordo com uma citação dos consultores de gestão McKinsey no relatório do African Banker.
Apesar de a maioria dos bancos reconhecer o papel essencial da tecnologia digital, parece que poucos estão a desenvolver estratégias centradas nela.
O relatório salientou que, embora apenas 4% dos bancos considerassem a tecnologia digital apenas como um factor entre muitos ou sem importância, apenas 51% a consideravam o factor mais crucial.
Esta falta de ação foi sublinhada pelos meros 28% dos dent que confirmaram que as suas instituições investem mais de 3 milhões de dólares anualmente na transformação digital e na inovação.
Além de enfrentarem a pressão competitiva das fintechs e das empresas de telecomunicações, os bancos africanos também enfrentam ambientes regulamentares hostis, questões de soberania de dados e uma escassez de mão de obra qualificada, que dent como ameaças significativas.
Nesta era digital, o sector bancário em África parece estar num estado de mudança, impulsionado pelas marés crescentes das fintech e das telecomunicações. À medida que os bancos tradicionais do continente enfrentam esta nova realidade, resta saber como estas instituições responderão para permanecerem relevantes neste cenário financeiro em rápida evolução.